terça-feira, 31 de julho de 2012

Depois da Rio+20 - Consequências que já ficaram no esquecimento


Vocês devem ter se perguntado porque que o Blog ECOando levou tanto tempo para falar sobre sua visão das consequências da Rio+20. Não foi por acaso termos esperado esse tempo. O nosso objetivo era perceber qual seria a reação dos Governos envolvidos na Conferência, do Poder Público e dos Meios de Comunicação após a Rio+20 e por quanto tempo esse assunto estaria em pauta. Chegou a hora de expor as  nossas opiniões.

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, intitulada Rio+20, não foi apenas uma comemoração dos 20 anos da Rio-92, ela tinha como motivação avaliar o que foi feito nessas últimas décadas e estabelecer ações presentes e futuras de preservação ao meio ambiente e prática do desenvolvimento sustentável englobando dimensões econômicas, sociais e ambientais. Porém, alguns pontos não teve os resultados esperados.

O documento final da Rio+20 recebeu o título de "O futuro que nós queremos". Os principais pontos abordados pelo documento foram:

  • Os objetivos para o desenvolvimento sustentável será planejado por um grupo de trabalho e será apresentado na Assembleia Geral da ONU em setembro de 2013. O documento da Conferência não estabelece esses objetivos.
  • Os subsídios a combustíveis fósseis ineficazes e prejudiciais serão eliminados gradualmente, porém o documento não apresentou metas e prazos.
  • Foram estabelecidas medidas para reduzir a incidência e os impactos da poluição nos ecossistemas marinhos, porém ações relacionadas a preservação da biodiversidade foram adiadas por alguns anos.
  • Responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Seu fundamento é que todos os países são responsáveis, mas quem polui mais , deveria combater o problema com mais força e financiar os esforços de quem polui menos. Esse foi um ponto positivo do documento.
  • O documento reconhece a necessidade de mobilização significativa de recursos de várias fontes, entretanto, não foi criado um fundo de desenvolvimento sustentável como propôs alguns países em desenvolvimento. 
  • O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) tornou-se uma agência com poderes iguais a outros órgãos da ONU.
  • Em relação a Economia Verde, um dos pontos principais da Conferência, foi estabelecido que cada país poderia seguir o seu próprio caminho e que não seria criado um conjunto de regras.
  • Apresentou a necessidade de criação de um novo índice de riqueza ressaltando que o PIB (Produto Interno Bruto) não é capaz de avaliar o progresso de um país por medir apenas a atividade econômica e não levar em consideração a qualidade de vida população e seus recursos naturais.

Uma das principais críticas dos ambientalistas à Conferência e ao documento final da Rio+20 foi o não estabelecimento de metas e prazos, é constituído de ideias e não contém ações a serem tomadas. Indica que mudanças precisam ser realizadas, mas não orienta como ocorrerá isso. 

Um ponto positivo da Rio+20 não veio dos nossos governantes e sim da Sociedade Civil. A mobilização realizada no Brasil demonstrou que ações descentralizadas podem alcançar resultados. Os eventos paralelos realizados no Rio de Janeiro conseguiu realizações concretas, como por exemplo, maiores investimentos em energias renováveis e no desenvolvimento sustentável proveniente do setor privado.

Nós do Blog ECOando queremos chamar a atenção que depois de, mais ou menos, um mês da realização da Rio+20 e de toda repercussão que ela teve na mídia mundial ela já foi esquecida. A maioria dos críticos da Conferência já estão calados, os pontos negativos já não são discutidos, muito menos o que será feito após esse momento histórico. Não só a Rio+20 foi um fracasso, a nossa capacidade de discussão está fracassando, a Rio+20 não pode ser esquecida, a incompetência dos nossos governos em encontrar meios de preservar o meio ambiente também não. Pense nisso.

Definitivamente esse não é o  futuro que queremos!



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