Para pensar nesta questão é preciso entender como surgiu a ideia de transpor o rio São Francisco e como se chegou a ideia de revitalização do mesmo.
O Rio São Francisco nasce no estado de Minas Gerais, mais precisamente na Serra da Canastra, e deságua no Oceano Atlântico. A Bacia do rio abrange 504 municípios, ou 9% do total de municípios do país, com uma área de 634 mil km². Desse total, 48,2% estão na Bahia, 36,8% em Minas Gerais, 10,9% em Pernambuco, 2,2% em Alagoas, 1,2% em Sergipe, 0,5% em Goiás e 0,2% no Distrito Federal. A população que habita a área da Bacia do São Francisco gira em torno de 17 milhões de pessoas.
A bacia do São Francisco é uma região muito complexa do ponto de vista ambiental, devido a variedade climática e a variedade de ecossistemas; do ponto de vista social, econômico e político, devido aos graves problemas de pobreza, concentração de renda, entre outros. E um dos maiores problemas da bacia do São Francisco por estar localizada em grande parte na região do semi-árido nordestino é a seca.
Os primeiros registros de tentativa de transposição do Rio Francisco são de 1885, ano em que ocorreu a grande seca. Já no século XX três processos de transposição foram desenvolvidos. O primeiro foi entre 1982 e 1985 e o segundo entre 1993 e 1994. Nos dois processos predominaram a questão política e eleitoral e não apresentaram fundamentação e consistência técnica. O terceiro processo de transposição é de 1996 e dele originou-se o projeto atual titulado de: Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
O terceiro processo começou com a ideia de realizar a transposição das águas do São Francisco. O projeto tinha dois objetivos fundamentais: aumentar a oferta de água nas bacias receptoras e contribuir para o acréscimo do suprimento de água do Nordeste. Porém, ele enfrentou forte rejeição de grupos ambientalistas, problemas relacionados a má elaboração do relatório de impacto ambiental , entre outros.
Efetivamente 71% da água transposta seria destinada a irrigação de uma área de 30 mil ha, que está nas mãos de apenas 5 % da população atendida diretamente pelo projeto, beneficiando assim grandes proprietários de terra particulares. Os outros 25% seriam destinados para o consumo de centros urbanos e os últimos 4% são referentes a evapotranspiração e infiltração. Além disso, historicamente a bacia do São Francisco é altamente degradada, o que levanta a hipótese de possível seca do rio São Francisco devido a transposição. O ideal seria promover a revitalização da bacia.
Por fim, em 2004 o Governo Federal criou o Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Esse programa divide-se em 4 etapas: Revitalização da Bacia São Francisco, Integração da Bacia são Francisco, Sistema de Abastecimento de Água Bruta e Projetos de Irrigação. Neste novo projeto a transposição aprece de forma camuflada como integração da bacia, porém com o mesmo objetivo que é de transpor as águas do rio para as bacias receptoras, onde a previsão de captação é de 1,4% da vazão de 1.850 m³ s-1 do São Francisco. A novidade do projeto, em relação aos anteriores, é a preocupação ambiental e revitalização do rio que foi realizada, em sua grande parte, entre os anos 2004 e 2007, para assim poderem iniciarem as obras de transposição em 2007.
As grandes questões levantadas são: Porque levar adiante um projeto tão impactante para o meio ambiente e a sociedade? Porque dar continuidade a um projeto que beneficiará a poucos e contribuirá ainda mais para degradação do Rio São Francisco? Porque colocar em risco o Rio São Francisco que já se encontra tão frágil? E por último, fica uma tirinha para a reflexão.
Até a próxima querido leitor!
Devido eu não acreditar nos políticos, sei que todos projetos deles são para benefício próprio
ResponderExcluirou para quem faça parte dos esquemas, prefiro então acreditar nos ambientalistas.
Oque essa tirinha quer dizer
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